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A Taverna

Ao balcão, de língua solta!

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A ruralidade de Luis Montenegro

12.03.25 | Indigente

1925181.jpgin Publico.pt

 

Diga Montenegro o que disser em frente às camaras, ele provocou a queda do Governo.

É preciso lembrar que esta queda começa na lei dos solos e de Montenegro ter uns terrenozitos herdados lá para as berças, que não valiam nada e ele tinha criado uma empresa para realizar qualquer coisa com esses terrenos.

As explicações não convenceram e mais tarde apareceram uns imoveis na capital. A verdade é que daqui em diante foi um esgravatar constante e uma incapacidade de dar respostas convincentes.

O CHEGA fez o que sempre faz, um espalhafato insano para marcar presença e foi logo anunciando Moção de Censura. Claro que ninguém quer ser visto com o CH e foi chumbada a moção. O PCP embarcou na mesma iniciativa e ninguém quer ser visto com o PCP. Chumbou.

O PS de Pedro Nuno Santos achou que aquilo era vaca para dar muito leite e aproximam-se as autárquicas. Nada melhor que uma CPI para castigar o PSD durante a campanha e colar candidatos do PSD ao seu líder.

Para Montenegro, a CPI podia ser como muitas comissões. “Não me lembro”, “não sei”, “não comento” e ficava ali uma mancha na pintura, mas o Governo seguiria.

Mas Montenegro, na sua ruralidade achou que a maneira de se safar seria uma moção de confiança. “Se querem que Governe, deixem-me sossegado”, ou então tem muito mais a esconder e prefere sair e dizer que foi empurrado do que mostrar o que esconde.

Porque eu não acredito que Montenegro fosse para o meio da praça perguntar ao cego se quer ver.

E vamos ser claros, Pedro Nuno Santos não quer eleições agora. Aliás, ninguém quer!

última sondagem, de ontem, tem uma margem de erro de 4% e dá 30% ao PS e 25% ao PSD. Nas legislativas, ambos atingiram 28% e, portanto, nem um é um vencedor claro, nem o outro é um perdedor claro.

O CH vem de uma torrente de casos, no mínimo, vergonhosos, sobretudo para um partido que se mete em biscos de pés sobre as virtudes, sobre as pessoas de bem. Diz a sondagem que tem 17%, menos do que conquistou nas legislativas, isto apesar de hoje dizer que irão vencer as próximas legislativas.

A IL sobe 2% face às legislativas, mas não seria por isso que iria ter vontade de derrubar o Governo até porque mais valia esperar por uma crise que os colocasse na condição de alternativa.

O BE mantem o resultado das legislativas, 4,3%, uma miséria se comparado com o que já foi.

O L tem 2,5%, menos do que os 3,16% das legislativas.

O PCP desce de 3,17% nas legislativas para 2,4% nas sondagens.

O PAN desce de 1,95% nas legislativas para 0,8% nas sondagens.

O CDS continua a não existir.

Números revistos, ninguém tinha interesse legitimo de ir a eleições de novo, tão cedo.

Luis Montenegro colocou os partidos numa condição em que não podiam votar de outra forma, mas a responsabilidade não morre solteira.

O verdadeiro causador deste tipo de gestão política é, sem margem para duvidas, Marcelo Rebelo de Sousa.

Ele, que chegou a Presidente a dizer de sim próprio que era o arauto da estabilidade, depois da gerigonça tornou o país num perfeito caos e anda tudo de eleições em eleições porque alguém deu um espirro ou deixou de lhe cair nas suas boas graças e aparentemente Marcelo não é grande amigo de Montenegro e ainda antes do Parlamento parlar, já ia anunciando eleições lá para meados de maio.

E não se julgue que o futuro será melhor porque se o grumete político vence, estamos a falar de um tipo que há pouco anunciou que demitiria Governos que não cumprissem promessas. No papel é uma proposta interessante, na vida real é capaz de tornar o país num sítio ingovernável.

O problema é que quando não tratamos de uma doença, o sistema imunitário enfraquece e aparecem sempre cancros e outras doenças oportunistas que em tempos normais são facilmente purgados do sistema, mas durante a doença, alastram, podem tomar conta do hospedeiro levando-o à sua morte.

O que não podem dizer historiadores e sociólogos é que não vivemos tempos animados.

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