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A Taverna

Ao balcão, de língua solta!

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É difícil fixar a nova geração em Portugal

30.03.23 | Indigente

Disse hoje António Costa que é difícil fixar a nova geração em Portugal.

Perguntaria eu porque motivo isso acontece?

Simplesmente porque fora de Portugal os salários são mais apetecíveis porque políticos e empresários sabem da necessidade de fixar pessoas.

Já na idade das trevas se sabia que terras sem gente não têm valor e por isso a existência de feiras francas, terras distribuídas a nobres ou ordens religiosas, tudo para fixar população.

Empresários e políticos portugueses não compreendem isso e de um lado temos um Passos Coelho que é o pontífice desta logica e do outro lado, António Costa que não é muito melhor, mas discursa melhor e vai fazendo ilusionismo contabilístico e sejamos francos, tem tido sorte.

Entre geringonça, convid e guerra na Ucrânia, tem dado para ofuscar a desgovernação.

 

Mas vamos a factos: António Costa anuncia vezes sem conta que tem subido os salários mais do que todos os que vieram antes dele e em percentagem face ao ano anterior, podemos validar a informação.

Pior que isso, os empresários portugueses estão pouco capacitados e o que António Costa anuncia como boa nova, na verdade o SMN é visto como o engolidor de classe média já que todos os que ganhavam acima do SMN vão vendo a sua margem cada vez menor e na prática, o SMN não tem trazido nenhuma melhoria para lá de números maiores.

Melhoria só aconteceria com convergência com a média europeia e isso não está a acontecer.

Aliás, Passámos do 16º para 20º, até 2021, no ranking de salários médios na Europa.

Escrever é interessante mas ilustremos isto com gráficos para melhor se observar:

 

Imagem1.png

Nesta tabela comparamos o Salario Mínimo Nacional de Portugal e Espanha.

O calculo é feito somando todas as remunerações,incluindo subsidio de férias e natal, e dividindo por 12. Está também indicado quem governava à data. Num olhar em atalho de foice, podemos afirmar que as subidas socialistas foram maiores em percentagem face ao ano anterior do que as promovidas pelo PSD. O mesmo exercício é feito para Espanha onde verificamos que em 2019 promoveram um aumento de 22%.

Na prática, e ignorando percentagens, sabemos que no ano 2000 a diferença entre Portugal e Espanha era de 124 euros e passados 23 anos, a diferença é de 373 euros. Espanha procura a convergência com o salario medio europeu, Portugal não.

Imagem2.png

Nesta tabela podemos comparar a progressão salarial em Portugal com a progressão do salário medio europeu e a grosso modo, segue abaixo mas a acompanhar a tendência.

Na coluna da esquerda, o valor referente ao salário médio europeu, na esquerda o valor do salário médio nacional. O salário médio nacional é de 1411 euros.

 

Imagem3.png

 Este gráfico refere-se a Espanha e como é possível ver, de 2019 em diante a Espanha que tem como salário médio nacional 1757 euros, ainda abaixo de média europeia, mas está num esforço de convergência.

E refiro-me a Espanha por ser o nosso vizinho do lado, porventura outros países, mais recentes na União Europeia, apresentam gráficos até mais penalizadores para a causa nacional.

 

Bem sei que isto parece coisa de tecnocrata mas isto é a tradução em números porque os portugueses vão e não voltarão. Ninguém sente que a vida está efetivamente a melhorar, nem nos tempos de vacas gordas ou magras. Há muito ilusionismo mas nenhum projeto concreto para um Portugal de 2030, 2040, 2050…

Uns projetos com nomes pomposos, a distribuir fundos a empresários mas nada de concreto para o cidadão comum.

 

 Solução: emigrar!

E quem emigra, constitui família que estudará lá, lá crescerá e não quererá voltar à terrinha. Os pais, agora emigrantes, querem ver os netos a crescer e como os filhos, não voltaram senão de férias. Aquela ideia de morrer na terra que nos viu nascer, já não acompanha estas novas gerações e portanto, nem para a reforma.

 

António Costa quer mudar este paradigma?

Fácil. Mudem-se os aumentos dos SMN e passe a decretar um aumento obrigatório de X% até um valor de 10% acima do Salário Médio Europeu, ou seja, este ano seria em salários até 2632 euros brutos mensais e numa subida nunca inferior ao défice do ano anterior. Isto, pelo menos até à convergencia e depois, falaremos de novo. 

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