É difícil fixar a nova geração em Portugal
Disse hoje António Costa que é difícil fixar a nova geração em Portugal.
Perguntaria eu porque motivo isso acontece?
Simplesmente porque fora de Portugal os salários são mais apetecíveis porque políticos e empresários sabem da necessidade de fixar pessoas.
Já na idade das trevas se sabia que terras sem gente não têm valor e por isso a existência de feiras francas, terras distribuídas a nobres ou ordens religiosas, tudo para fixar população.
Empresários e políticos portugueses não compreendem isso e de um lado temos um Passos Coelho que é o pontífice desta logica e do outro lado, António Costa que não é muito melhor, mas discursa melhor e vai fazendo ilusionismo contabilístico e sejamos francos, tem tido sorte.
Entre geringonça, convid e guerra na Ucrânia, tem dado para ofuscar a desgovernação.
Mas vamos a factos: António Costa anuncia vezes sem conta que tem subido os salários mais do que todos os que vieram antes dele e em percentagem face ao ano anterior, podemos validar a informação.
Pior que isso, os empresários portugueses estão pouco capacitados e o que António Costa anuncia como boa nova, na verdade o SMN é visto como o engolidor de classe média já que todos os que ganhavam acima do SMN vão vendo a sua margem cada vez menor e na prática, o SMN não tem trazido nenhuma melhoria para lá de números maiores.
Melhoria só aconteceria com convergência com a média europeia e isso não está a acontecer.
Aliás, Passámos do 16º para 20º, até 2021, no ranking de salários médios na Europa.
Escrever é interessante mas ilustremos isto com gráficos para melhor se observar:
Nesta tabela comparamos o Salario Mínimo Nacional de Portugal e Espanha.
O calculo é feito somando todas as remunerações,incluindo subsidio de férias e natal, e dividindo por 12. Está também indicado quem governava à data. Num olhar em atalho de foice, podemos afirmar que as subidas socialistas foram maiores em percentagem face ao ano anterior do que as promovidas pelo PSD. O mesmo exercício é feito para Espanha onde verificamos que em 2019 promoveram um aumento de 22%.
Na prática, e ignorando percentagens, sabemos que no ano 2000 a diferença entre Portugal e Espanha era de 124 euros e passados 23 anos, a diferença é de 373 euros. Espanha procura a convergência com o salario medio europeu, Portugal não.
Nesta tabela podemos comparar a progressão salarial em Portugal com a progressão do salário medio europeu e a grosso modo, segue abaixo mas a acompanhar a tendência.
Na coluna da esquerda, o valor referente ao salário médio europeu, na esquerda o valor do salário médio nacional. O salário médio nacional é de 1411 euros.
Este gráfico refere-se a Espanha e como é possível ver, de 2019 em diante a Espanha que tem como salário médio nacional 1757 euros, ainda abaixo de média europeia, mas está num esforço de convergência.
E refiro-me a Espanha por ser o nosso vizinho do lado, porventura outros países, mais recentes na União Europeia, apresentam gráficos até mais penalizadores para a causa nacional.
Bem sei que isto parece coisa de tecnocrata mas isto é a tradução em números porque os portugueses vão e não voltarão. Ninguém sente que a vida está efetivamente a melhorar, nem nos tempos de vacas gordas ou magras. Há muito ilusionismo mas nenhum projeto concreto para um Portugal de 2030, 2040, 2050…
Uns projetos com nomes pomposos, a distribuir fundos a empresários mas nada de concreto para o cidadão comum.
Solução: emigrar!
E quem emigra, constitui família que estudará lá, lá crescerá e não quererá voltar à terrinha. Os pais, agora emigrantes, querem ver os netos a crescer e como os filhos, não voltaram senão de férias. Aquela ideia de morrer na terra que nos viu nascer, já não acompanha estas novas gerações e portanto, nem para a reforma.
António Costa quer mudar este paradigma?
Fácil. Mudem-se os aumentos dos SMN e passe a decretar um aumento obrigatório de X% até um valor de 10% acima do Salário Médio Europeu, ou seja, este ano seria em salários até 2632 euros brutos mensais e numa subida nunca inferior ao défice do ano anterior. Isto, pelo menos até à convergencia e depois, falaremos de novo.